segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

CLARINETE E CLARONE

clarinete ou clarineta é um instrumento musical de sopro constituído por um tubo cilíndrico de madeira (também existem modelos de outros materiais), com uma boquilha cônica de uma única palheta e chaves (hastes metálicas, ligadas a tampas para alcançar orifícios aos quais os dedos não chegam naturalmente). Possui quatro registros: grave, médio, agudo e superagudo.









HISTÓRIA: O clarinete descende do chalumeau, instrumento bastante popular na Europa pelo menos desde a Idade Média. Em 1690, Johann Christoph Denner, charamelista alemão, acrescentou à sua charamela uma chave para o polegar da mão esquerda, para que assim pudesse tocar numa abertura, o que lhe trouxe mais possibilidades sonoras. Surgiu, assim, o clarinete contemporâneo. Introduzido nas orquestras em 1750, foi um dos últimos instrumentos de sopro incorporados à formação orquestral moderna. A clarineta é usada até hoje nas maiores orquestras do mundo. É um instrumento muito usado no Brasil.

A família do clarinete é composta por vários instrumentos:
  • Clarineta Sopranino . Em Láb - 1 oitava mais aguda que a requinta não só.
  • Clarineta Requinta - Em Eb (Mib) ou em D (Ré) - 1 quarta mais aguda que o soprano. A Requinta em Ré é antiga e incomum hoje em dia.
  • Clarineta Soprano (clarineta padrão) - o mais comum - geralmente afinado em C(Dó),Bb(Sib),A(Lá)
  • Clarineta Basset - Em A (lá) - muito usado em concertos para clarinete em lá, sobretudo no concerto de Mozart e quinteto de Mozart, este clarinete atinge notas de mais graves além do registro usual da clarineta padrão.
  • Cor de basset ou Corno Basseto - espécie de clarinete em Fá, tem o corpo ligeiramente diferente (curvo ou angular), muito usado por Mozart, mas caiu em desuso, apesar de ter sido usado por R. Strauss em Elektra, por exemplo.
  • Clarinete Alto - Em Eb (Mib) - 1 quinta mais grave que o soprano
  • Clarinete Baixo ou Clarone - Em Bb (Sib) - 1 oitava mais grave que o soprano
  • Clarinete Contra-Alto ou Clarone Contra-Alto - Em Eb (mib) - 1 quinta mais grave que o Clarone e 1 oitava mais grave que a clarinete-alto.
  • Clarinete Contra-Baixo ou Clarone Conra-Baixo - Em Bb (Sib) - 2 oitavas mais grave que o soprano.
  • Clarinete OctoContra-Alto - Em Eb (mib) - 1 quinta mais grave do que o Contra-Baixo, 2 oitavas mais grave do que o clarinete-alto.
  • Clarinete OctoContra-Baixo - Em Bb (Sib) - 3 oitavas mais grave que o soprano.













clarone alto



                                                                 




                                                                           clarone baixo



na esquerda é clarone contra-alto, e no centro e na direita ambos clarone contra-baixo




O prestígio do clarinete

As possibilidades harmônicas, o grande controle de dinâmicas que o instrumento permite, a grande agilidade, a grande extensão de notas, a sua natureza de timbres e o poder sonoro dão ao clarinete uma posição de destaque nas orquestras atuais. Alguns dizem que é o "violino das madeiras", em razão das virtudes mencionadas acima. No entanto, o clarinete ainda não é um instrumento perfeito e algumas notas ainda apresentam sérios problemas de afinação, mesmo com todo o trabalho iniciado pelo flautista Boehm, que foi adaptado posteriormente para os demais sopros. O sistema Oehler é, hoje, considerado o mais apropriado para o clarinete, já que resolveu a maior parte dos problemas deste instrumento, mas, ainda assim, não é perfeito, pois acarretou uma perda de brilho ao timbre natural do clarinete. Enquanto o sistema Boehm, apesar de manter alguns desses problemas, mantém o brilho particular deste instrumento.
O controle dessas imperfeições cabe ao músico, e isso ajuda a tornar o clarinete um instrumento desafiador. Quem se interessar em tocar clarinete, saiba que precisará de muito empenho e dedicação, mas saiba também que irá se encantar com a beleza desse instrumento.

[editar]A natureza do timbre e onde escutar o clarinete

O timbre da clarineta é muito diversificado. Na região grave, chamada de chalumeau o timbre é aveludado, cheio e obscuro; no registro médio, há uma mudança fantástica, pois o timbre se torna brilhante e expressivo. Conforme o registro vai-se tornando agudo, o timbre vai-se tornando cada vez mais brilhante, e ganhando uma natureza humorística, sarcástica.
A grande capacidade de expressão da clarineta tornou-a um instrumento de grande prestígio em diversos tipos de estilos. No Klezmer é que podemos ouvir os solos mais sarcásticos e "humorísticos" deste instrumento. No Brasil, este instrumento é bastante utilizado na execução de choros, e em grupos de sambaserestas e na própria MPB.

Particularidades



A clarineta possui semelhanças com o oboé, mas difere deste no que diz respeito à sua forma (o oboé é cônico, e a clarineta é cilíndrica); no timbre (o oboé é rascante, anasalado e penetrante, enquanto a clarineta é mais aveludada que penetrante, menos rascante e mais encorpada); e na extensão de notas (o oboé possui a menor extensão de notas dentre os sopros, enquanto a clarineta, a maior). Essas diferenças se dão principalmente pela forma cilíndrica da clarineta e do uso de apenas uma palheta, enquanto que no oboé, no fagote e no corne ingês (também membros das madeiras) se utiliza uma palheta dupla.
Embora o processo descrito acima, sobre o uso da palheta nas clarinetas, também seja usado no saxofone, não podemos confundi-lo. O saxofone nasceu da clarineta e, por isso, apresenta mecanismos semelhantes, mas a embocadura da clarineta é muito mais tensa e trabalhosa do que a embocadura exigida no saxofone. E isso é muito nítido ao comparar a execução de um saxofone e de uma clarineta. Inclusive, muitos músicos que querem aprender a tocar saxofone, também optam por aprender primeiramente, ou paralelamente, a clarineta.

[editar]Clarinete, um instrumento transpositor

O clarinete pertence a um grupo de instrumentos chamados transpositores, o que, em poucas palavras, pode ser resumido da seguinte forma: A nota escrita (na partitura) é diferente da nota verdadeira: isso por causa da afinação própria do instrumento. Sendo assim, é necessário que haja uma transposição de notas para que o clarinete toque no tom real da música. Isso trouxe facilidade aos músicos, pois, a clarineta possui uma extensão de notas muito grande. Os clarinetes mais comuns são os instrumentos em Si bemol e em Lá. O instrumento em Dó, raramente usado hoje, era muito utilizado na orquestra clássica e pré-romântica (Mozart e Beethoven) e nas sinfonias de Gustav Mahler. Há, também, os clarinetes mais agudos, também conhecidos como requinta em Mi bemol, raramente encontrados em Ré (Richard Strauss e Stravinsky), e as clarinetas mais graves, como as clarinetas alto em Mi bemol, a clarineta baixo em Si bemol e o clarinete contrabaixo em Si bemol. Aparentado com o clarinete, é o cor de basset, afinado em Fá. Enquanto as bandas militares dão preferência ao clarinete alto, as orquestras sinfônicas dão preferência ao cor de basset.




Sistemas de Chaves/Registros e Anéis

Existem vários sistemas de chaves para clarinetes. O chaveamento para clarinetes foi evoluindo com o tempo e se tornando mais ergonômico, facilitando vibratos e glissandos, e melhorando a afinação.[1]
No inicio do século XIX a clarineta tinha de 6 a 7 chaves mas não existia um sistema padronizado. Por volta de 1811 Iwan Muller fez vários aprimoramentos a clarineta e por volta de 1815, o sistema Muller com 13 chaves se popularizou.
Hoje em dia o sistema de chaves mais usado é o Boehm. Ele recebeu este nome pois tem como base o sistema com o mesmo nome que se tornou padrão nas flautas transversais criado pelo inventor Theobald Boehm. Esse sistema foi adaptado para o clarinete por Hyacinthe Klosé e Auguste Buffet.[2]
O sistema Muller que foi usado extensivamente no século XIX deu origem a dois sistemas ainda usados hoje: O sistema Albert que é usado no leste europeu, em bandas de jazz (principalmente no sul dos Estados Unidos) e é o sistema preferido dos clarinetistas de Klezmer. E o sistema Oehler que é usado principalmente na Alemanha e Áustria[2]
O número de chaves/registos e de anéis pode variar bastante dependendo do sistema usado, tipo de clarinete, e do fabricante.
Para clarinetes soprano Sib essas são as configurações mais comuns:
  • Sistema Boehm com 16 ou 17 chaves e 6 anéis
  • Sistema Albert com 13 chaves e 2-4 anéis
  • Sistema Oehler com 22 chaves e 5 anéis
Devido ao número reduzido de chaves e anéis, o sistema Albert também é conhecido como sistema simples.[2]
Uma variação ao Boehm bastante popular é o Boehm Completo, com 7 anéis, que adiciona algumas melhorias ao Boehm. Existiram vários sistemas experimentais e transitórios, dentre estes, alguns notáveis foram o Albert Aperfeiçoado e o Mazzeo, ambos produzidos pela Selmer, o Romero e o McIntyre.

[editar]Material de construção

Os clarinetes são tradicionalmente feitos de ébano, havendo também modelos feitos de metal, granadilha, ebonite ou plástico. Tendo, os de ébano, um preço muito elevado em relação aos outros.
No início do século XX as frágeis boquilhas de madeira e de vidro foram substituídas por boquilhas de plástico ou ebonite, que fazem a maior parte das boquilhas fabricadas hoje em dia. Atualmente também são fabricados alguns modelos de boquilhas de cristal e de cerâmica, mas essas não são extensamente usadas devido ao alto custo e à fragilidade.
Barriletes e a campanas especializados podem ser feitos de vários tipos de madeira, de alumínio, cerâmica ou outros materiais.
Os clarinetes utilizam palheta simples, uma lâmina feita de cana-do-reino.

[editar]Composição do Clarinete

O clarinete tem cinco partes, que são: a boquilha, o barrilete, o corpo superior, o corpo inferior e a campânula.
Boquilha: é a zona do clarinete onde se sopra.
Barrilete: É usado para a afinação. Quando o clarinete está “alto”, puxa-se o barrilete para cima, mas caso contrário, põe-se o barrilete para baixo. Há barriletes de vários tamanhos, barriletes ajustáveis, e anéis de calço são vendidos para correção de afinação.
Corpo superior e inferior: estes corpos são onde estão localizados os buracos e as chaves onde se toca. O som fica diferente à medida que se mudam os dedos de posição, fazendo com que o ar saia por buracos diferentes.
Campânula: A campânula é o “amplificador” do clarinete.
Palheta: O som é produzido devido à passagem do ar, provocada pelo sopro do clarinetista, que faz vibrar a palheta. Os clarinetistas atualmente compram suas próprias palhetas e fazem os ajustes necessários artesanalmente a fim de corrigir as imperfeições destas, para adequá-las à sua própria anatomia e necessidade de som. A palheta é fixada na boquilha por meio da braçadeira, que funciona como um prendedor, onde o clarinetista manipula a força e intensidade com que a palheta está presa na boquilha. Via de regra, a palheta não pode estar demasiadamente frouxa e nem excessivamente apertada.
                                                                                               
  
                                                                               




Nenhum comentário:

Postar um comentário

XILOFONE

Xilofone  (do grego ξύλον — xylon, "madeira" + φωνή —phonē, "som, voz", algo como "som da madeira") é o nom...