domingo, 26 de maio de 2013

ERHU


Erhu

Erhu é um instrumento musical originário da china com duas únicas cordas e é tocado com um arco(normalmente feito com crina de cavalo, como nos arcos de violinos comuns, mas há também os sintéticos, mas é preferível o arco de crina de cavalo). Ele é também chamado de violino chinês ou chinese violin, na língua inglesa, embora tenha aparecido muito tempo antes do violino. O instrumento é um dos mais conhecidos da china, como o guzheng e a Pipa (instrumento musical).

História 

A origem do Erhu pode remontar a dinastia Tang, entre os seculos Vll e X. Naquela época o Erhu era um instrumento popular nas minorias étnicas do noroeste chines. Por mais de mil anos, o Erhu foi usado para fazer o acompanhamento das operas tradicionais. Mas na era moderna, ele se difundiu como um ganha-pão de artistas de rua, e por isso, não era considerado um instrumento de prestigio.
Caixa de ressonância de umErhu comum.
No entanto, no princípio do século XX, os moradores de Wuxi, descobriram que nas mãos de um artista de rua cego e pobre, este instrumento era capaz de reproduzir melodias de alta beleza. Através da musica, as pessoas poderiam visitar o interior do musico e ver ali a luta dele contra o destino e o anseio pela vida.
O primeiro caractere chinês do nome do instrumento ( 二 , Er , dois) é enquadrado pelo fato de que ele tem duas cordas. Outros afirmam que a explicação vem do fato de que ele é o segundo maior da família Huqin (a família dos violinos chineses). O segundo caractere ( 胡 , hu ) indica que é um membro da família Huqin. O nome Huqin literalmente significa " instrumento bárbaro", mostrando que o talvez o instrumento tenha sido originado no norte ou oeste na china, onde há povos não hans (povo tradicional chines), como mongóis (no norte) ou tibetanos (no oeste).

O Corpo

O erhu consiste basicamente em um braço vertical, cujo na parte superior há dois afinadores e na parte inferior há pequeno corpo ressonador ( caixa de som ) que é coberta com pele de cobra phiton na frente. Duas cordas se estendem por todo o corpo do instrumento, desde os afinadores, até os dois pequenos pregos em baixo da caixa de ressonância, e uma corda que amarra as duas cordas juntas com o arco ( Qian Jin ) e para finalizar uma pequena ponte de madeira na caixa de ressonância em cima da pele, onde as duas cordas ficam apoiadas produzindo o som. Para abafar e equilibrar um pouco o som, se coloca uma especie de esponja em baixo da ponte, que pode ser de uma infinidade de materiais.
Caixa de ressonância, arco, ponte e pele de cobra.
O erhu tem algumas características incomuns. Primeira é que seu som característico é produzido pela vibração da pele, ao invés de madeira, como em um violino comum. Segundo, o braço não encosta nas cordas, fazendo as notas com em um violino comum, se pressiona as corda sem elas encostarem no braço. Terceiro, o arco de crina de cavalo nunca está separada das cordas (que antes eram de seda torcida, mas que hoje são feitas geralmente de metal), que passa entre eles ao invés de sobre eles (sendo este último no caso dos violinos ocidentais). Por fim, embora haja duas cordas, elas são muito próximas, ou seja, você pressiona as duas cordas ao mesmo tempo para fazer as notas.
A corda de dentro (mais próxima ao musico) é geralmente ajustado para D4 e a corda de fora (mais grossa) para A4, quinta maior. O alcance máximo do instrumento é de três oitavas e meia, de D4 até A7. Normalmente se alcança duas oitavas e meia.
Diversas madeiras densas e pesadas são utilizados na construção de um erhu. Normalmente usam madeiras das florestas chinesas, como zi tan (紫檀 o sândalo vermelho e outras madeiras do gênero Pterocarpus como padauk ), lao hong mu (老红木 madeira vermelha), wu mu (乌木 madeira negra), e hong mu (红木 madeira vermelha). Particularmente alguns erhus são muitas vezes feitos de pedaços de móveis velhos. Um típico erhu mede cerca de 81 centímetros de cima para baixo, o comprimento do arco normalmente é de 81cm.
As partes do erhu :
  • Qin tong (琴筒), caixa de som ou corpo ressonador, é hexagonal ( liu jiao , sul), de forma octogonal ( ba jiao , norte), ou, menos comumente redondas.
  • Qin pí (琴皮), pele, feita a partir de python . A pele python dá ao erhu seu som característico.
  • Qin gan (琴杆), o pescoço/braço.
  • Qin tou (琴头) o topo, ou a ponta do braço, geralmente uma curva simples, com um pedaço de osso ou plástico em cima, mas às vezes é entalhada uma cabeça de dragão ou algo do gênero.
  • Qin zhou (琴轴). Afinadores, tradicionalmente em madeira, mas existem as versões em metal ou estacas com engrenagens (mais modernos e práticos).
  • Qian Jin (千斤), cordão que é amarrada nas cordas (unindo-as) junto ao braço, menos comumente, um gancho de metal. Sua posição depende do tamanho do braço do musico.
Qian Jin (千斤)
  • Nei xian (内弦), uma coluna interna, geralmente sintonizado para D4, mais próxima a pele. Chamada de "Alma" nos violinos ocidentais.
  • Wai xian (外弦), corda externa, mais fina, geralmente sintonizado A4.
  • Qin ma (琴码), ponte, feita de madeira.
  • Gong (弓), o arco, tem um dispositivo de parafuso para variar a tensão da crina.
  • Gong gan (弓杆), a madeira do arco, normalmente uma vara curva, feita de bambu.
  • Gong mao, a crina do arco (弓毛), normalmente de rabo de cavalo, onde as mechas são muito maiores, pois a crina tem de dar duas voltas, aonde de um lado há uma borracha onde se pressiona, junto com um gancho, por onde ela da a volta, e do outro lado um buraco no bambu por onde se passa a crina e há uma especie de nó trançado amarrado por uma linha de náilon junto ao bambu, geralmente branca ou preta.
  • Qin dian (琴垫), almofada ou um pedaço de esponja, feltro, ou um pano colocado entre as cordas e pele abaixo da ponte para melhorar o seu som.
  • Qin tuo (琴托) - Base, um pedaço de madeira colocado no em baixo da caixa de ressonância, para proporcionar uma superfície lisa sobre a qual repousam sobre a perna do musico. É onde se encontram os dois pregos onde se colocam as outras pontas das cordas.
Mais erhu são produzidos em massa nas fábricas. Os três mais conceituados centros fabricação são Beijing, Shanghai e Suzhou. No período coletivista após o estabelecimento da República Popular da China, estas fábricas foram formados pelas antigas micro-industrias artesanais privadas. Embora a maioria dos erhus foram feitos à máquina, em linhas de produção, os instrumentos da mais alta qualidade são feitos à mão por artesãos especializados.
No século XX, houve tentativas para padronizar e melhorar o erhu, com o objetivo de produzir um instrumento mais forte e de melhor som. Uma mudança importante foi o uso de cordas de aço em vez de seda. A mudança para cordas de aço foi feita de forma gradual. Em 1950, em uma ocasião, uma corda mais fina (A, de seda) havia sido substituída por uma corda de violino E, e a mais grossa substituida por uma D de violino igualmente, e notou-se um ótimo resultado. Em 1958, os tocadores profissionais estavam usando as cordas de violino como padrão, iniciando aí a era das cordas de metal. Mais tarde foram aperfeiçoadas as cordas, e criaram cordas específicas para erhu.

O Uso da Pele de Python

Em 1988, a China aprovou sua Lei de Proteção de Espécies Ameaçadas, após a ratificação da Convenção das Nações Unidas sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas ( CITES ), tornando-se ilegal o uso e comércio pythons sem licença. Para regular o uso de peles de python, Estado da Administração Florestal da China introduziu um regime de certificação entre os vendedores de pele python no Sudeste Asiático e fabricantes de instrumentos musicais na China. Desde 01 de janeiro de 2005, novas regras também exigem que os instrumentos tenham um certificado da Administração Florestal da China que comprovem que o instrumento não seja feito de pele de phytonselvagem, mas a partir de animais criados em cativeiro. Cidadãos chineses podem levar até dois erhus para fora do país, e os compradores internacionais devem ter certificados de exportação adicionais, por causa do trafico das peles.
Fora da China, os fabricantes de erhu são capazes de emitir as suas próprias licenças (CITES) com a aprovação por parte dos governos de seus respectivos países. Essas exportações são legais, pois foram feitos a partir de fontes de pele legais.
Alguns erhus são feitos de produtos reciclados.

Como Fazer o Seu Erhu

Como o erhu tem uma estrutura bem simples, ele pode ser facilmente construído através de diversos materiais diferentes. Claro que o som não ficará igual ao de um erhu legítimo, mas nem mesmo os legítimos tem sons exatamente iguais. Depende muito da madeira da ponte, do Qian Jin, da esponja e da madeira da caixa de ressonancia.
É mais indicado o uso de madeiras mais duras e resistentes, para o som ecoar melhor. As cordas podem ser de erhus legítimos, ou substituindo as cordas por cordas de violino.
Materiais:
  • Caixa de madeira pequena (pode ser encomendada em qualquer marcenaria), preferencialmente de alguma madeira mais dura, como bordo, para preservar o som, já que as cordas vibram na pele.
  • Couro, de preferencialmente afinado (ver no texto abaixo).
  • Braço de madeira (pode ser qualquer tipo de madeira, mas melhor que seja alguma madeira mais dura.
  • Cordão de náilon
  • Arco de violino
  • Duas cravelhas (podem ser de violino)
  • Grampeador para madeira
  • Pedaço pequeno de madeira para servir como ponte.
  • Dois pregos
Um erhu completo
Como construir: A caixa de ressonância pode ser de vários formatos, mas deve ter as duas pontas abertas, e medir 10cm de comprimento, por 7cm de largura dos buracos, em que um deles irá o couro. A caixa pode ter praticamente qualquer formato, como octagonal, triangular e até mesmo redonda. Faça dois furos na caixa, um em cima, e outro em baixo, que será por onde passará o braço (que o buraco seja de preferencia da grossura do braço.
Depois de feito os buracos, você deve cortar um pedaço do tamanho de um dos lados da caixa e de preferencia lixar o lado aspero, para afinar o couro. Após isso, grampear o couro na caixa (grampear os lados). Pregar dois pregos na parte de baixo da caixa (deve ser um dos lados que tem buraco. Depois disso, pega-se o braço (que deve ter em torno de 40cm) e se faz dois furos com a distancia de 3cm, para as cravelhas (afinadores).
Depois de colorar as cravelhas, se passa o braço pelos dois buracos da caixa, de um lado a outro, e cola-se com solda plastica, e depois se passa silicone nos dois lados. Depois que secar, você pega o pedaço retangular de madeira (preferencialmente uma madeira macia), e lixa com uma lima, até conseguir um formato de ponte, ou triangular, com dois riscos um do lado do outro com 1mm de distancia no centro.
Pega-se as cordas (podem ser ou de erhu, ou de violino, que no caso se usa a corda La e a corda Sol) e coloca-se um lado nas cravelhas (a mais fina na cravelha de cima) e o outro nos pregos da parte de baixo da caixa. Não esquecendo de colocar o arco com a cerda no meio das duas cordas, de uma maneira que ele fica preso. A corda mais grossa (no caso da corda de violino, Sol) se bota no lado mais perto do musico (o instrumento fica apoiado na perna esquerda), e a outra corda do outro lado.
Para finalizar, se coloca a ponte no couro, com uma corda em cada risco da ponte, para transmitir o som para a caixa e produzir o som.
Claro que o som não fica idêntico ao de um erhu original, mas da para saciar a vontade de tocar um. Inclusive da para se tocar musicas muito bonitas tanto quanto no erhu.

Técnicas 

  • Afinação
O erhu é quase sempre ajustados para o intervalo de uma quinta. A corda de dentro (mais próxima ao musico, e mais grossa) é geralmente ajustada para D4 e a corda de fora para A4.
  • Posição
O erhu é tocado com o musico sentado, com a caixa de som colocadas na parte superior da coxa esquerda e o pescoço do instrumento na posição vertical.
  • Mão Direita
O arco é usado com uma pressão da mão para traz (Corda grossa) e para frente (corda fina). A cerda do arco é ajustada para ficar um pouco froxa. A tensão é fornecida pelos dedos da mão direita. A cerda do arco é colocado entre as duas cordas e ambos os lados da crina são usadas ​​para produzir o som, o musico empurra o arco para fora quando se tocar a corda A (a corda fora), e puxa-o para dentro, quando se for tocar a corda de dentro (D). No erhu pode ser feito pziccato também.
  • Mão esquerda
A mão esquerda altera o tom das cordas, pressionando a corda nos pontos harmônicos. Como o instrumento não tem trastes, as notas são um pouco confusas. Técnicas incluem hua yin (deslisamento), rou xian (vibrato), huan ba (mudança de posição), etc...



terça-feira, 21 de maio de 2013

MARIMBA


Marimba

marimba é um instrumento de percussão, um idiofone, de forma semelhante ao xilofone, com lamelas de madeira, normalmente de pau-santo ou pau-rosa, que ao serem percutidas com baquetas produzem um som doce e melodioso. Um exemplar "genérico" é o ceramofone.
As marimbas são de origem africana, já em existência há centenas de anos. No século XVI, o intercâmbio intercultural levou a marimba às Américas, onde foi adoptada e faz hoje parte da música de vários países, especialmente a Guatemala, os estados de Oaxaca e Chiapas no sul do México e a Nicarágua.
O instrumento geralmente é tocado com duas a seis baquetas revestidas de lã ou feltro, podendo ainda ser percutido com as mãos.

Etimologia

"Marimba" é o nome do instrumento na sua língua natal o Kimbundu.

Marimba de vidro

A marimba de vidro é um instrumento criado pelo músico Marco Antônio Guimarães e amplamente utilizado pelo grupo Uakti.
Suas teclas são feitas de vidro plano de espessura 4mm e se estendem por duas oitavas, do Si1 ao Mi4, apoiadas sobre um revestimento que cobre toda a borda da parede da caixa de ressonância.
Outra particularidade da marimba de vidro é o fato de poder ser utilizado um arco de crina (como os dos instrumentos de corda) para extrair o som das notas, friccionando-o contra a borda da tecla correspondente à nota a ser tocada.

sábado, 11 de maio de 2013

LIRA



Lira

lira é um instrumento de cordas conhecido pela sua vasta utilização durante a antiguidade. As récitas poéticas dos antigos gregos eram acompanhados pelo seu som, ainda que o instrumento não tivesse origem helênica. O gênero de instrumento a que pertence a lira terá tido o seu alvorecer na Ásia, inferindo-se que terá entrado na Grécia através da Trácia ou da Lídia. Enquanto que os primeiros intérpretes, heróicos, e aqueles a quem se reconhecem melhoramentos no instrumento eram das colônias da Iónia, da Eólia ou da costa adjacente ao império Lídio, os mestres propostos pela mitologia grega eram Trácios: OrfeuMuseu e Tamíris.
A estrutura de uma lira consiste num corpo oco - caixa de ressonância - do qual partem, verticalmente, dois braços (montantes), que, por vezes, também são ocos. Junto ao topo, os braços ficam ligados a uma barra - o jugo - que liga as cordas até outra saliência de madeira transversal - o cavalete - disposta junto à caixa de ressonância e que lhe transmite as vibrações das cordas. As cordas são percutidas com a ajuda de um plectro. O número de cordas variava, geralmente entre seis e oito.
As cordas eram feitas de tripa ou de tendões de boi ou carneiro. Há quem afirme que os braços primitivos deste instrumento eram feitos com chifres de cabra.
No Império Bizantino e na Grécia moderna, liras são instrumentos tocados com arco. Na música tradicional grega viva, há três tipos predominantes de lira: a lira cretense, a lira de Constantinopla (polítiki lyra) e a lira do Ponto (pontiakí lyra). São instrumentos pouco menores do que um violino, com três cordas, que se tocam apoiados no colo. As liras desempenham papel de instrumentos de solo na música grega.

XILOFONE

Xilofone  (do grego ξύλον — xylon, "madeira" + φωνή —phonē, "som, voz", algo como "som da madeira") é o nom...